‘Conversa de Beira de Rio’ promoveu integração entre assessores e participantes.

 

O ofício divino das comunidades reuniu os comunicadores e comunicadoras em oração no início das atividades de hoje, dia 26, na 14ª edição do Mutirão de Comunicação (Muticom) que acontece no Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques em Manaus (AM), e se estende até o próximo domingo, dia 28. 

Com a consciência de que toda a obra da criação de Deus está vinculada para o bem de todos e todas e com a presença dos povos originários, os participantes entoaram que “tudo está interligado na Casa Comum”. 

 

Conscientizar e transformar 

“Comunicação e Ecologia Integral” foi o primeiro painel que visou apresentar o trabalho comunicacional como via eficaz da conscientização da população de que a ecologia está totalmente integrada e, por isso, precisa ser preservada para o futuro da vida. 

O pesquisador Gilvan Sampaio, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), evidenciou os eventos extremos que provocam chuvas abundantes e secas recordes no país, e que espalham danos sociais e ecológicos em todo o país. 

As ondas de calor, o aquecimento global, as queimadas, o desmatamento e o ciclo da água também foram apresentados também por Sampaio ao destacar que as mudanças climáticas são consequências da intervenção humana desmedida em detrimento dos recursos naturais que são finitos. 

Sampaio ressaltou que a Igreja tem papel fundamental no processo da Ecologia Integral “ao difundir uma comunicação que organize as informações, faça com que ela  chegue nas comunidades e conscientize a todos da importância da preservação ambiental para a vida no planeta”.

Em sua fala, a jornalista Rosiene Carvalho, da BandNews Difusora, evidenciou que as mudanças climáticas afetam também a saúde das pessoas e que o “desafio dos comunicadores é fazer com que os dados científicos alcancem as comunidades e o debate público”. 

O controle de mídia que financia a desinformação na região amazônica e amplia dados falsos a respeito da exploração mineral e madeireira foram abordados por Carvalho que indicou também a omissão da pauta indígena, por exemplo, por vezes, à margem do debate público. Neste sentido, ela apresentou a atividade jornalística livre como necessária para que os interlocutores recebam a integralidade ecológica proposta pelo Muticom. 

“Na comunicação, nós podemos trazer de volta o ver, o sentir e o fazer”, explicou a Prof. Ivania Viera, ao fazer a mediação do painel e ao indicar que o Muticom na Amazônia é “um sinal de esperança”.

Ela afirmou que as diversas experiências de comunicação Brasil a fora, reunidas na 14ª edição do Mutirão de Comunicação, propõe uma ‘potência comunicacional’ que leva em consideração as necessidades de todos, sem exclusão. 

 

Karina Costa, agente da Pastoral da Comunicação

 

Por meio de uma “Conversa de Beira de Rio”, o painel foi encerrado com a interação dos participantes com os assessores que esclareceram dúvidas e afirmaram que a comunicação eclesial também pode estar a serviço da Ecologia Integral. “Esse momento foi muito importante pois mostrou que a Igreja pode se apropriar dos dados científicos da realidade ecológica e colocá-los a serviço da Casa Comum e do futuro das comunidades”, indicou Karina Costa, agente da Pastoral da Comunicação (Pascom) da área missionária São Francisco das Chagas, da capital manauara.

 

Por Pe. Tiago Barbosa
Fotos: Darcy Lima